No coração da alma há a verdade de Deus: a minha morte. Apenas o sonho não esquece o que sonha. Nenhum amor é seguro na alma. Estar só é a salvação da alma. Esqueço a alma quando anoiteço em mim. Meus sonhos são minha alma. O sonho nasce do que existe. O olhar é a falta de ver, afasta o vazio do não ver. Se eu sonhar com a eternidade, morremos da união eterna do meu corpo com a eternidade. Comigo e a eternidade mortas, a vida é o que quiser. A vida é da alma. Estou apenas de passagem, a passear na alma, como se fosse a vida. A alma é sem coração. Por isso, ama. Nós realizamos a alma em nós. O sonho se veste de alma no irreconhecível de si. Apenas a alma se vê, sem aparência, sem a possibilidade de ser. A única possibilidade da alma ser é sem alma. A alma é sem amor. Sem alma, a luz é a canção do olhar. O olhar canta sem solidão. Solidão é não dizer adeus. O adeus é reconhecer a eternidade. A eternidade é o adeus imaginário da vida. A vida não é minha eternidade. O adeus imaginário de viver é eternidade que me torna apenas pele. Pele que refaz o corpo imaginário. O sol se mostra apenas na imaginação, no amanhecer de um único instante. O mundo é o instante que foi esquecido em ser.
No coração da alma |