Do eterno resta a saudade infinita, como se o eterno, pudesse ser a existência da vida. O outro sou eu sem mim: em mim na solidão. A solidão é tocar a alma. O ser é frágil como se existisse vida.
Existência |
ExistênciaDo eterno resta a saudade infinita, como se o eterno, pudesse ser a existência da vida. O outro sou eu sem mim: em mim na solidão. A solidão é tocar a alma. O ser é frágil como se existisse vida. |
Eu amo amarA vida nada responde, onde o seu silêncio é maior do que a vida, mais sensibilidade. Eu sei um fim às sensações para amar. O fim é sentir o meu corpo. O sol é seco, irritado por sua luz. A irrealidade do sol é o dia. Preencho as lacunas da vida com minha ausência. Os anos vivem na lacuna, na falta da vida, que cessa as lacunas e faz nascer a vida. O sol da minha alma é o único sol de todos. Deixei a vida por essa sensação, se torna a minha pele, meu horror, minha morte. Minha sensação não desejada. Tudo sofro, como se eu incorporasse o céu, distante das minhas sensações, que espanta a morte, ressuscita o mundo como sendo apenas este agora. O mundo é muito mais que a falta do azul no céu. O mundo são as pessoas. A vida está viva apenas na essência. Não há essência na alma. |
O sentimento do mundoMeu sentir não é o sentimento do mundo, mas é tudo que sou. A vida não responde minha essência? Se pergunta: por que eu? Se pergunta com minha essência. Muita coisa para a essência não amar, então ela ama, como se o céu fosse seu amor. |
RetidãoA percepção não percebe o engano de morrer na retidão do possível. A alma foi sem ter sido. Tateando na luz, não há retidão. Quando me cesso, não cesso o que me fez cessar. Se o sentir nada significa, a vida não pode me fazer feliz, como se eu não existisse na presença da minha existência, que supera a vida sem mim, em mim, na poesia que sempre me falta amar, pois a escrevi em mim, não nela mesma. A existência deixa de ser eu, onde meu sorrir é perder a alma na existência de Deus. Existir não é a existência de Deus. |
O agora do fimA tristeza do agora não é o passado, é o que não fica na alma. Deixo o momento para o momento no agora do meu fim, não dá para desfazer minhas lágrimas de vida. Morri das minhas lágrimas de vida. Sonhos de lágrimas me fazem ver o nada de nós. Nós, sem a vida, é apenas uma. Um vazio de eternidade me descobre viva. Me faz viver. Acordei da morte no meu sorrir. A sombra da lágrima é o meu sorrir. Sorrir mantém as lágrimas suaves. O passado sem passado é vida: é molhar o ar com sua sede. Isso é amor, não ao passado, mas amor a mim. |
O vazio não é estar só, é ter a mimPara não ser, não preciso deixar de ser. O calar da alma são recordações. Lembrar é morrer. Para renovar o espírito, deixo de ser em espírito: para sentir o meu abraço. Sou apenas a consciência de mim, esta consciência de mim é a minha morte. A consciência me faz ser não ausente de mim. A ausência é o tempo que permanece. A permanência é ausência. Tudo permanece sem permanência: é como se existisse algo além da luz. |
A melhor saudade é o fimVer é não amar de saudade. O nada me ampara contra a morte. A liberdade é morrer. Me arrependo de não viver o meu não eu, nem que seja apenas na poesia. Acabou a vida no meu viver. A vida não é eterna na morte. Morrer não cessa o meu ser. Ser é inevitável na alma, faz parte da alma. O olhar é a perda da alma. Se eu perder a alma no olhar, vou morrer no olhar. Vou morrer sem o melhor da saudade: o seu fim. O fim da saudade, encontro na saudade: no fim de ser só. |
A alma da morteA minha alma poderia ser a alma da morte: respeito ao seu fim: sua vida. O morrer é a relação do ser com o não ser para deixar o nada de ser, como o não abandono de mim. O ser se relaciona com o ser na essência. A essência despreza o ser dentro dela: prefere que o ser não exista. Há essência sem ser, mas não há alma sem o ser. O ser desaparece em poesia. O ser é o descanso da alma. A morte resgata a vida pelo sol, pelas estrelas. Me perceber é deixar de ser para viver. |
O nada de verO nada de ver é vida. Não ver transcende em vida, é a vida pura, sagrada de todos nós. É devastador ver. A significação do ser é a luz do não ver, se reflete na alma. O não ver não é só, é o ser do ser. O não ver é luz sem o ser. O ser de cada um é o ver da eternidade. Sem o ver do nada de ver não há o ver da eternidade. |
O ser do nadaO ser do nada é o meu ser sem desaparecer, desaparece o ser do ser. A alma desse ser do nada é uma vertigem: eu! Me encanto com o nada de mim mesma. O nada não sofre, sonha. Sonhar não significa que o nada exista por um sonho. Alma de sonho, vida que transcende. Deixe-me sem ar, sem consciência: reinvente-me, vida. Palavras são o ser que nunca serei. O pouco do nada que eu quis não é o meu ser do nada. O nada é arte. O ser não volta a si próprio. O ser se define sem o ser. Resistir sem mim é ser eu distante do mundo. O ser sem o ser é o fim da vida, o fim do nada. Mas meu ser é sempre o ser do nada. O nada do fim é a falta de ser, a poesia não criada. Me preocupo com o nada, ele não vive sem mim. O fim do fim é alma. A percepção do nada é a vida sem percepção do nada, é a vida sem percepção. O ninguém existe mais do que qualquer ser. Vivo sem a vida, não vivo sem o nada. Tudo possuo no nada. A consciência é o nada no ser, não é o nada da consciência. O nada da consciência é a alma. |