O belo é belo aos olhos do nada. Ter a mente aberta para morrer é não morrer como se eu caísse, surgisse do céu. Surgir do céu para não nascer do céu. Nascer é ser novamente. Eu já era eu antes de nascer. A minha tristeza não deixa o nascer nascer para si mesmo. A fé de um sonho é nascer ao morrer. Sonhar é ser. Ser ou não ser depende do nada, onde não preciso nem ao menos respirar. Existe amor apenas no desvanecer: por isso, o amor se mistura com o sonho: nasce a náusea de mim. Se eu não for concreta em mim, vou morrer: que seja no sonho de alguém. A claridade do sonho se parece com a escuridão. Não há escuridão em voltar e, sim, em ficar. O abraço da ilusão é de um amor universal. Me concentro no nada, como um abraço todo meu: é quando sei que o meu abraço é raro. Raro como ter sede de alma. Alma é como dormir no nada, não me parecer com o nada. O nada não é uma mentira, o nada é a resposta da vida. Um sol de tinta, derrama água no meu céu. Pulsos que se cortam sem o sangue da vida, sem me sentir, sofrer, como se eu fosse meu espírito, por eu morrer. Meu eu despedaçado, pode transcender. Meu ser morto não pode. Ao me despedaçar, não sinto minha alma. Ela se sente minha: isso é regredir na alma, não em mim. Não sei como ser na alma. Minha alma, noutra alma, me faria um ser. Quero me desprender de mim, da alma, do nada, para ser eterna.