As coisas precisam da vida como o ser necessita da morte. Coisas são sentimentos puros isentos de ser. A pureza da morte é o nada. O nada justifica os meios, não o fim. O fim é a clareza do não vivido: minha essência. O nascer do nascer é a inessência da vida. O ser nunca aparece na minha consciência, essa é minha morte: o natural de sentir. Sentir é ter consciência de nada sentir. Sentir divide a vida, o mundo, a existência, mas não divide o amor. O amor do sentir exclui todo ser. É o amor que se corta em sol, em poesia. Poesia é uma forma de não sentir, ser apenas transcendência sem o sentir: isso é eternidade. Eternidade cessa no sentir, no céu, no ainda não. O ser não é corpo é a substância do corpo: a morte.