O espírito, ao morrer, devolve a mim para meu ser. O espírito não consegue ser possível, morre, na possibilidade de morrer. Vou amar até não ser a cruz de Deus. O nada é união do todo. Sem o nada o todo é apenas ele mesmo, separado dentro de si, une o nada ao nada, querendo saber de si pelo todo, que não existe mais. Meu corpo tenta ser esse todo: não é: é o intervalo entre o ser e o ser, o ser e a morte. Meu corpo apenas não determina que morri. Terei um corpo apenas na morte, que não pode ser uma lembrança de mim. O nada do meu respirar torna o nada nada. Respirar é solidão. A solidão faz viver. A eternidade de ser só é me unir ao nada, me se parando dele. O nada é vencer o desafio de se viver. Viver não é viver em mim. É viver no nada. A imagem é o nada em mim, por mim. A imagem não aparece no nada. Quero ser tua imagem, vida. O ser exterior é o que vive: está fora de si. O ser interior está dentro de si, não se vê: é a morte. Nem a morte nem a vida é ficar junto: ficar junto de mim é deixar o interior e o exterior para a vida e a morte: nunca pude senti-los para conseguir ser eu. Eu me fiz eu: esse é o fim de ser só. A única certeza do amor é estar amando quando o silêncio se fecha na morte. O que ficou da morte em mim é esse amor pleno. O tempo da vida são palavras sem o ser, palavras sem o ser são o humano. O espírito da palavra ninguém lê. O sonho é uma palavra indizível. As palavras expressam o que o amor não expressa: o meu ser. O espírito é a volta do que não partiu se eu pudesse tornar o sempre amor, tudo seria feliz. Um pouco do nada da minha alma em mim. E eu seria feliz. O céu cantando para mim desfez meu olhar na vida. Minhas lembranças sempre foram o céu. A ausência de ser são palavras que me explicam. Não há tempo no ver que reduz a imagem no ver do sentir, para eu ver uma imagem como o que me resta. O sonho é sem imagem se a minha imagem for meu sonho transcendi sem imagem, em busca de quem sou sem imagem. Não preciso de mim, preciso apenas de uma imagem para saber quem sou.