A negação é a alma do positivo, é a palavra falada, não sonhada. Eu vivi por nada, vivi em ti alegria, o céu do contentamento. O dormir não é sonho, é insônia da alma. O amor é a espera da alma no âmago do nada. O núcleo do nada é o nascer virtual da alma. Sem alma, o desnascer é tudo que existe, sem preocupação, sem amor, apenas eternidade. A eternidade é a cor do amor. Aumentar a alma e diminuir o mundo para desenvolver meu ser. O que sobra da alma é fé. Desistir da sombra da morte é morrer antes. Antes de mim existe alma. Nada me torna o anterior do meu ser. O sofrer me torna o anterior do ser. Meu ser. Quando se é o que é realmente, não há anterior ou posterior, há o ser. O desconhecido é o ser na alma. O desconhecido é a esperança do amor. O que fiz por mim? Ter alma. A morte mata o ser olhando a si mesma. O nada consome a morte. A morte tem muito a oferecer no pensamento sem alma. A morte é o que está mais perto de Deus. Alegria é ver a vida partir sem mim. Com a vida posso criar a morte, mas não posso fazer nascer de novo. A vida posso fazer nascer de mim. Alegria é ter o pensamento para si, sem deixar a morte no pensamento. Deixar o pensar “pensar” sem mim é não ter saudades de mim. Não ter saudades de mim é não morrer, não viver, para ser eu, em um único pensamento – só para o pensamento que não me quer.