Pensei em mim ao ver o nada despedaçado como eu. Vi que não tivemos escolha, e ambos ainda podíamos viver juntos, como se fôssemos nós e a vida. Ausência, por onde se vê a vida no que ela ainda é, ainda é minha morte sem ausências. O fim e o começo são a mesma morte. Não há morrer na vida, apenas ausências, que é mais difícil de viver. Acredita-se em ausências, fantasmas da vida. A vida, o desgaste da ausência não se fez sem a vida. Alma é um poder que não tenho dentro de mim. Pense em mim se a alma partir, como sendo meu amor por ti. O amor deixa de ser alma na tua ausência. Nada falta na ausência quando amo, vejo que não há ausências, e sim decepções. Essa decepção, único sentido que dou à vida. O sol escureceu como se não houvesse decepções na vida. É fácil encontrar sentido, vida onde não tem. A loucura, privilégio de viver. O que vai ser de mim sem minha alma? Uma liberdade perdida na alma? As cinzas, mágoa do tempo, são a única esperança da vida. A morte, distante do tempo, não é mais nada. As cinzas são a paz de morrer. O tempo me liberta da morte, mesmo assim, nunca morre.