Não percebi: estou vivendo. Estou a viver por ser amada. A vida é poesia. A voracidade de morrer é o nada em vez da morte. O não da morte é um nascer eterno. O amor é um exagero, um privilégio que apenas a alma tem. Se a alma me dê um pouco seu amor, eu multiplicarei, o tornarei muitos amores, um melhor do que o outro, sempre se superando, me surpreendendo. O respirar da morte é a vida que nunca esqueci, parece que a vida nasceu dos meus braços para descobrir a eternidade de ser feliz. Cada palavra, poesia minha, tornou a vida o que ela é: a vida somos todos nós. Somos a palavra que a vida não pode dizer: ser, mas, enfim, a vida disse e não se calou mais, transcendemos uma na outra. Não importa o que acontecer, estamos juntas. Até nas minhas poesias de morte a vida está. Não desista da vida, não desistam. Sem ela não há mais nada. Tudo que quero agora é viver, perto de quem amo e sou amada. O amor me tornou eu, de todas as maneiras que há de amar. O verdadeiro amor me escolheu: essa é a única lembrança que levarei comigo. É como se eu fosse eterna para a vida, para o amor. Sempre vou lembrar que sempre sou amada. Seja onde eu estiver: no céu, no mundo, não vou esquecer de ser feliz. Amor, amor, amor…