O eterno retorno do mesmo é a morte. O eterno retorno do mesmo é o retorno sem o ser, apenas o mesmo continua. O ser é diferente de si mesmo. Nada parece o mesmo, mas é. A mesmidade é a vida. Cesso o vazio ao fugir do nada de mim. Cesso o vazio com as estrelas que nunca se veem: estrelas da alma. Antes da verdade havia fé. A fé não destrói o que a verdade constrói. Fé e verdade podem ser uma só. A luz do sol é minha prisão, apenas a escuridão da alma pode me libertar. A alma é o crescimento solitário, evolui, se torna espírito. O fim do ser é sua presença. Por isso luto contra a minha presença, sem o mesmo de mim. A presença não necessita do meu ser. Meu ser é tudo que sei. Nunca saberei do meu silêncio interior: se perdeu no mundo. Tudo depende do silêncio interior, nada depende de mim. A vida absorve a alma. Nada quis do meu amor, além de amar o outro. Amar aproxima o real da realidade. Nada se é real no saber. O saber real é a ignorância. Aprendo mais sem saber. Saber é esquecer. O outro é o meu saber de mim. Não esqueço da falta que faço a mim. Sinto falta de mim ao escrever: é o mesmo nada, sem o mesmo fim.
O latejar da alma |