A vida é apenas morte, que se perde num suspiro de adeus. Existe mais nada do que vida, a vida não é o nada. A lágrima rompe o silêncio no silêncio da dor. A alma é sem silêncio, sem palavras, é uma exclamação. O vazio de ser alma é o ser sem o vazio de ser! A vida não morreu, mas deixou de ser vida, onde somente a vida existia. Prenda o meu suspirar na sombra da minha ausência, para eu não ser capaz de sofrer. O que restou da dor não foi eu, a vida é inabalável! A alma desmaia em mim, para não me esquecer da minha morte. Não é apenas alma, a alma é a concretude das coisas. Falta alma na alma como se nunca mais fosse me perder, sinto a alma me perdendo em seu vazio tendo fé no seu fim. O fim pode acabar feito alma, mas não pode acabar nele mesmo. O fim é meu próprio fim. Não existe fim nessa esperança solitária de não morrer. Evacuar o vazio sem vazio faz com que eu me lembre de ser triste. O irreal existe sem a alegria da realidade. A realidade não vive sua realidade, vive a minha realidade que é apenas te olhar, vida, como se pudesse te ter em mim. A realidade de morrer é a única realidade que satisfaz a realidade. O suspirar não é real, é o princípio do que nunca acontece. Eu vivia uma esperança, não vivo a vida. Mas, a vida não era para ser uma esperança, sem o destino do ser que não é o vazio, é o esquecimento, que é pior do que o vazio! Por suspirar por mim, a morte encontrou seu suspirar, me deixou pensar em mim, não morrendo!
Por suspirar por mim |