Tentando não me fazer triste, me tornou mais infeliz ainda, por ti, vida. Não desperdiçarei minha vida no amor, apenas no vazio a vida é real, pelo sol, pelas estrelas, pelo meu amor. Que o para sempre da vida não fique distante do morrer. A distância das coisas, do ser, não impede a vida de viver, chegar perto. O que penso e o que escrevo é a união de duas almas, que estavam perdidas: a alma da vida e a minha alma. Somente a alma consegue viver na fúria e leveza do vento. Apenas a alma vive e sofre pela natureza. O silêncio penetra na fala da alma, como se a vida sorrisse pra mim. Não sei mais quem sou por amar. O tempo e o meu ser não se fazem sem amor. Me perdoar pelo que não vivi em mim. Não se pode viver tudo. Enquanto tivermos um ao outro, estamos seguros, como um mundo esquecido, que não pode ser lembrado como sendo nós duas. Fazendo-me triste, acho que é mais fácil ter você para mim. Não penso em mim, penso na minha dor. Nada sobrou, somente resta chorar. Achei que minha vida fosse diferente do que sinto, não é! Nós, que já estivemos na vida, agora somos apenas nós duas, para tudo sofrer. O tempo se foi, deixou o sofrer tomar conta de mim, da minha vida. Preciso parar de viver, tomar conta de mim. De que adianta sonhar, se a vida não termina como ela é? Sofrendo por não ter esperança, que o nada continue sem os meus pedaços. Nada perdi em pedaços, faz tempo que não sei o que é ter metade de mim. Me envolvi com a morte, senti o tempo ficar sem morte ou adeus, apenas a despedida do amor. Faz parte da alma o amor, me enfraquecendo, apenas para te ter, vida. Você, vida, nem é especial, é comum, é descartável. O sol nasce depois da vida, onde não sou mais ausente. Não posso perder a vida, razão de não existirem perdas sem mim. Perder como se não houvesse perdas. Consigo pensar em ti, sem me perder. Onde ainda não me perdi? Prefiro-me perdida, como um sopro de vida, que encontra o céu.