Quero tirar só minha alma de mim, sem ajuda da solidão. Tudo isso para reviver a alma sem sonhos, com a alma sendo real para mim, até na sua morte. Não há morte na alma, além do ser. A alma faz nascer vidas. Até o eterno parece com um adeus. A tristeza não parece com um adeus: tem fim. A insônia do adeus é o sono da vida, do amor. A alma é a profundidade do adeus. O adeus é o amanhecer. O corpo sem corpo não é a alma, é uma saudade preenchida pela saudade. Pela saudade, há vida, mas ela se torna vazia. Nada se torna o que restou: a saudade, entranhas da carne do corpo, a incorporar o nada. Através do espelho, meu nada chora por não me ver, embora eu exista na sua imaginação. O espelho atravessa minha alma em busca de mim. Encontra minha ausência na forma das minhas poesias. O espelho procura por mim nas minhas poesias, que me tornam inencontrável.
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