A alma devagar chega perto de mim, para desaparecer. Apenas por desaparecer, sinto sua presença em toda ausência que construo, é como ter a alma perto. A morte é algo divino. Morte, nada pode fazer contra minha alma, tudo ela aceita, tudo para ela está ótimo, por pior que seja. Sem alma, o infinito é o meu amor. A vida não pode se tornar vida pela alma que possui. Vida, nem o meu corpo é lembrança de ti. Deixar a realidade por uma lembrança triste é prolongar minha morte. Na finitude do mar. O mar resgata minha morte, como sendo a água que desce no mar. Mar, desejo inabalável de viver. A inteligência da fé é mortal. Distribuir o mar no amor do mar é dar vida ao mar. Liberdade é lidar com o prazer e o desprazer de viver. O ressentimento ama o desprazer, como conquista do futuro. Nada espero do futuro, quero viver infinitamente, com ou sem futuro. Futuro é o outro em mim, que é este agora. Alma é tirar de mim o que não é meu. Sou livre quando a liberdade não existe e aceito essa natureza morta do meu ser. Abraço-me, num abraço solitário, sem amor, parece mais um abandono de mim do que um abraço, meu corpo escapa como se eu fosse espinho do seu sangue. Como se lembrar de um abraço que seguiu sem destino? Eu não tenho destino de um abraço. Morri da falta de abraços, para não morrer da tua ausência.
A inteligência da fé |
