A morte sem o ser é como o amor, aparecendo e desaparecendo, para o sol nascer, como o amor que nunca vem, perdido na luz do amanhecer, que supõe que há sol, amor! Não nasce nem mesmo do nada, apenas o nada pode unir a sombra da vida com o sol! Para o amor, o ser é apenas uma palavra nunca dita! A alma se contorce sem dor, e sonha com a dor, onde o acordar é o infinito, tudo é feliz sem o infinito, as coisas, pessoas precisam de um fim que seja infinito, sem durar um segundo, mas que me tira o fôlego, paro para contemplar o infinito do fim, como se, pelo meu amor, eu visse o meu fim se prender em cada alegria, cada vida compartilhada comigo!
A alegria tem que vir aos poucos, somente aos poucos sinto alegria. A morte sem o ser é a vivência infeliz de nada pertencer! A essência é uma morte que compreende o ser. Ela é tão boa para o meu ser, que o meu ser idolatra a morte! É como se somente existíssemos eu e a morte. O que mais importa na vida do que morrer?! A morte não pode ser minha, ela não é de ninguém. Não há devaneios em forma de poesias, por isso tudo está ausente num vazio sem fim de realidade! Faço da minha alegria Deus, da alegria o nada, pois não se precisa ser feliz perto de Deus, estou plena. Não existe alegria na plenitude, mas a plenitude não é triste, é o ser inteiro em si mesmo!
Não compreender é compreender mais ainda o que não se pode dizer nem com dor: que vou morrer! Pois morrer não se fala, nem se sente. A morte nunca será para o ser o que é em si mesma! O sol ilumina a morte, ela é a luz das almas! A luz sem luz, é imensidão! A luz caminha sem sua imensidão! O tempo é a luz que falta para florescer o amor! A falta do saber fez eu compreender a vida com poesias. O amor não me mantém lúcida, não pode saber por dentro de mim, pois, dentro de mim, apenas o amor que não me faz ser! A vida, o amor, necessita de mim! Eu não sei ainda o que é morte sem o ser, nem pensei que as reflexões dariam a minha morte, o meu ser!
Ao tocar outro ser, sentirei o deserto da sua alma, e amarei ainda mais, pois sua vida foi devastada pelo sofrer da solidão, me faz compreender por que não ama: é porque sempre existe amor em mim! A morte no meu ser é a conquista das crises, como se a morte fosse cessar com o tempo! Como devo agir? O que devo falar à morte, lhe explicar por que não posso ser eu? É mais fácil explicar a morte do que a minha inexistência. Talvez, eu sucumba na existência de um adeus, para recuperar quem sou. A vida é carnal, a morte é o transcender da alma! A única coisa de que a vida precisa é ser esquecida, como sendo o amor um sopro de luz, a escurecer a eternidade: única coisa que sobrou de mim!