Sou igual a todos. Sofri, morri, até chegar ao incontornável do ser, onde minha imaginação me deseja, no incontornável de mim. O incontornável é sincero. A alma é o incontornável do ser. Não me sinto bem na alma. Ao tocar minha imaginação, meu corpo vibra, eu o sinto no imaginário. Pobre corpo confinado ao imaginário. Fui destruído em um corpo sem vida. No imaginário, meu corpo me possui, salta no infinito de mim. Dentro de mim. A alma desabitada, como uma flor a desabrochar. Não sei ter alma, que é semente do amanhecer, deixada na terra do meu amor. Vamos deixar a alma como ela é: nada mudaria na alma: ela pertence ao tempo, deixado por mim, para sentir a alma. O mar da escuridão é amor. Nossas almas unidas ainda não fazem nascer a vida. Quem de mim ou o que de mim é sombra da perda da vida? Quem de mim ou o que de mim me faz me ver? Chorar do adeus é me ver. O cuidado com a alma é o mundo interior. Ver sem o mundo interior é ver com a alma. O mundo interior é a ausência, o descanso da alma. Ver não tem pausas. Ver são as asas da imaginação, voando de eternidade. Até encontrar a vida em ver. Não ver é ter a vida sem encontrá-la. O não ver vê a alma. Ver é presença inexistente em mim. Ver não é saber que vê. É algo interior que me liberta das trevas. O silêncio é um olhar eterno, vem do fundo da alma, para a vida. Para a vida, a alma é superficial na oração de Deus. A intimidade com Deus, não precisa da alma para atrapalhar. O silêncio é a eternidade do amor, envolve o nada de vida. O nada é o absoluto, o pleno, sem sonhos, apenas um resto de escuridão. O nada nunca será escuridão.