A alma se esgota no inesgotável do ser. O ser é superior à alma, pode amar, abraçar, pensar, viver, sofrer, morrer! É pela alma que encontro o fim! Tudo que faço é morrer, antes de o sol partir, como despedida da vida! Alegria, venha com amor, meus olhos saltam sem o vazio da compaixão, por uma alegria que não é minha, nem de ninguém! É preciso continuar a morrer, como se eu pudesse pensar, que nada me falta a morrer! Não estou só, tenho alma, a invadir minha morte, minha vida, como se fosse o resgate do nada. Nada vivi de sua alma, por isso não foste o meu fim! Me deixa só, mas sem morrer! Tudo no amor é inacabado, infeliz, como se o amor pudesse viver apenas de dor! Aqui se faz, aqui se é, pela dor do amanhã. Como confiar na dor? Os mistérios da dor são o vazio do nada, sem dor, por isso prefiro sofrer, sem saber por que sofro. O vazio é o meu olhar perto de mim! A proximidade não é morrer, é como fazer dos meus abraços uma alegria para o nada! Nada viverá de novo a alegria. A alegria é a travessia do nada para o nada. Sou livre apenas nesse nada! Mas o nada constrói o vazio! Não encaro a realidade, nem pelo nada, nem pelo vazio, nem pelo amor, nem pela vida, nem pela morte! A vida ficou eternamente em meus braços, como um sufocar de tanta saudade, num vazio de ser maior do que a vida, onde nada é confuso, tudo se esclarece, quando olho o mar, quando percebo meu olhar afogado de amor. A vida é o amor que jamais terei. Meu olhar inunda meu ser de amor. Apenas meu olhar não é só no que vê! Eu abraço o nada, como se fosse a vida. Este é o sentido, do significado da alma: ver a vida na descontinuidade da vida, do amor, da tristeza, da alegria, do vazio. O vazio é a única maneira de tudo continuar a permanecer, nem que seja pelo silêncio absoluto do vazio! O vazio é sem mim, não sou sem o vazio! O vazio é a razão de viver! Pensar no vazio é o pensar absoluto. O vazio é tão inexistente como a alma, onde a alma aparece inexistente, como um raio de sol de solidão, a aquecer a vida no meio do nada, onde fui feliz!