Nada transcende em mim, sou a transcendência do outro sem mim. Em mim. Tudo vive em mim, sem transcender. Transcender é a plenitude do adeus. Sem o adeus, não há vida. A vida me esquece dentro de mim. Quero ouvir o sol, as estrelas, na voz do céu. Eu não sabia que o céu é simples, precisa de nós. O mundo nunca será céu. Temo o que a poesia vai fazer de mim. Ela me sorri, conhece meu destino. A eternidade é um céu particular. A alma é um céu perdido em mim. A escuridão é a alma. É descritível o ver na escuridão pela onda do mar. Cada onda uma nova emoção. Não perceba minha emoção no não ver. As estrelas são gotas da vida. Poderia ao menos ver o céu? Ou o céu é incapaz de sustentar o olhar? O tempo é o nada. Céu, está me vendo? A vida não é verdadeira. O vazio é sentir falta da verdade da vida. Transcender, onde é tarde demais para viver. Suporto o transcender como um castigo. Não faz falta a alma, se tenho que transcender. Estrelas criam alma, pensamentos, amor. Amo tudo que sinto, que existe: sendo bom ou ruim. Não tenho segredos para o que sinto. Sinto devoção à dor. A poesia é uma dor inexistente: apenas eu a sinto. A eternidade é um risco que preciso ter. O silêncio transcende na eternidade, como se fosse eu. Nada a esperar da eternidade. Ela nada me oferece. Meu corpo vive de eternidade. Não vou morrer de eternidade. Enfim, só.