Minha alma está velha demais para morrer. Reaver o nada sem o nada é perder a vida. Reaver o nada como nada é amor!
O envelhecimento da alma |
O envelhecimento da almaMinha alma está velha demais para morrer. Reaver o nada sem o nada é perder a vida. Reaver o nada como nada é amor! |
Belo é tudo que agrada desinteressadamenteSou a história da vida, mas a vida não é minha história. Como me vê, como a vida me vê? Sentir a firmeza da inexistência pela vida me emociona. É como um sol depois do outro. A alma não me encontra sem o sol. A consciência não está na consciência, está no meu agir. Belo, a alma, que age, pelo amor que sinto. Amor, a minha vida é a sua vida, mas continua sendo meu amor. O sol reinventa-se, em vidas infinitas. Sonhar não é belo, não é perfeito. Explicar o infinito é ficar devendo ao fim um começo. Espero que o infinito acabe, num fim pior que o fim. Vidas, tão desconhecidas quanto a luz do dia. |
EscuridãoApenas o cessar da escuridão ilumina a escuridão. Vida, sempre a terei como minha. A escuridão é tão irreal, que sinto paz de escuridão. Depois da escuridão, o silêncio é a única luz, único refúgio, mas é a luz do silêncio, ilumina as palavras, a fala, o adeus, o amor, torna a alma vazia, a plenitude é a verdadeira alma. O amor enfraquece a alma. A plenitude sem amor é mais plena que a plenitude com amor. O refúgio é apenas saudade. O amor imaginário vence o amor real. O fim não é a morte, é o ser. O corpo do ser é o fim do fim. A alma parece estar mais na poesia do que em mim. Apaziguar a falta de alma com a alma. A alma é meu único esquecimento. Vivi tudo na alma, para esquecê-la no que foi vivido. Eu não esperava que o que foi vivido, eu tivesse ainda hoje em mim, como sendo o hoje. Mas, o hoje jamais será o amanhã. A fala da escuridão é o destino se dando em palavras, que não consigo escutar pelo destino. Escuto pela escuridão, que tem o destino em suas mãos. Não percebe que estou viva, nem que seja pela escuridão? Na escuridão, perdi meu vazio, minha dor, o meu ser, vejo apenas escuridão. O amor, a falta de ser, é a mesma escuridão. A alma vive o não vivido, que foi vivido como luz, então cessou de ser. |
Minha dor cessa amandoA vida não tem a certeza do ser. O sentir foi embora pelo meu amor, que ficou sendo o sentir. O coração se perde sem dor em sofrer. A inteligência se mede pelo tamanho do abraço. A vida não tem inteligência, não sabe abraçar. Deixa a lembrança de viver ser meu único pensamento, assim como o céu não tem lembranças, tem esperança. Existir é a pior solidão. Não há solidão sem a vida, mas também não há companhia. A plenitude é a falta de forças. A plenitude é a preocupação dos fracos. Nada é pleno na plenitude. A vida em nada influi no ser, na morte. Minha dor ama mais do que eu. Ou eu a amo como se fosse eu? O que pode ser eu em mim? Eu em mim, ou eu sem mim, é o mesmo eu a existir. A vida era para saber mais do que o amor? É vital que o irreal exista, como o ser que não posso ser. Minha dor cessa amando os pedaços que perdi na vida, como se nada mais estivesse perdido. O existir se encontrou no perdido. O olhar vê a paisagem na palavra. A palavra é o olhar que falta para sentir a vida. |
DestinoPela solidão, nasce o destino, como sendo a eternidade dos dias. A alma não se vence. O destino, vencido pela dor, procura agir sem agir. Meu destino sou eu. Todo destino é vão, até morrer. A alegria não está em lugar nenhum, é o destino. |
Fazendo-me tristeTentando não me fazer triste, me tornou mais infeliz ainda, por ti, vida. Não desperdiçarei minha vida no amor, apenas no vazio a vida é real, pelo sol, pelas estrelas, pelo meu amor. Que o para sempre da vida não fique distante do morrer. A distância das coisas, do ser, não impede a vida de viver, chegar perto. O que penso e o que escrevo é a união de duas almas, que estavam perdidas: a alma da vida e a minha alma. Somente a alma consegue viver na fúria e leveza do vento. Apenas a alma vive e sofre pela natureza. O silêncio penetra na fala da alma, como se a vida sorrisse pra mim. Não sei mais quem sou por amar. O tempo e o meu ser não se fazem sem amor. Me perdoar pelo que não vivi em mim. Não se pode viver tudo. Enquanto tivermos um ao outro, estamos seguros, como um mundo esquecido, que não pode ser lembrado como sendo nós duas. Fazendo-me triste, acho que é mais fácil ter você para mim. Não penso em mim, penso na minha dor. Nada sobrou, somente resta chorar. Achei que minha vida fosse diferente do que sinto, não é! Nós, que já estivemos na vida, agora somos apenas nós duas, para tudo sofrer. O tempo se foi, deixou o sofrer tomar conta de mim, da minha vida. Preciso parar de viver, tomar conta de mim. De que adianta sonhar, se a vida não termina como ela é? Sofrendo por não ter esperança, que o nada continue sem os meus pedaços. Nada perdi em pedaços, faz tempo que não sei o que é ter metade de mim. Me envolvi com a morte, senti o tempo ficar sem morte ou adeus, apenas a despedida do amor. Faz parte da alma o amor, me enfraquecendo, apenas para te ter, vida. Você, vida, nem é especial, é comum, é descartável. O sol nasce depois da vida, onde não sou mais ausente. Não posso perder a vida, razão de não existirem perdas sem mim. Perder como se não houvesse perdas. Consigo pensar em ti, sem me perder. Onde ainda não me perdi? Prefiro-me perdida, como um sopro de vida, que encontra o céu. |
Compor a vidaA morte não tem continuação, por isso tudo continua quando te vejo, alegria. É como se visse o céu. Compor a vida como se a alegria fosse eterna. A alegria não está na vida, no céu, na alma. A alegria, maneira de compor a vida sem ti, onde morri de alegria. Nada tem teu universo, teu cheiro, alegria. Aprendi a me dividir contigo. A vida, espero que acabe, acabou faz tempo, antes de acabar. Não existe amor para o amor. O que desaparece do amor torna-se céu. Tenho lembrança do céu, do que um dia foi amor. A vida não é qualidade, arrasta-se em imperfeições absurdas. A morte é indestrutível em seu amor, que desfaz todos os amores. Nada se destrói na morte, além da minha ausência. |
O sentido vence o amorA ramificação da vida é a natureza, suas variações oscilam entre ser e nada. Mas o nada também é a natureza sem a vida. O espelho é a vida do ser, sem imaginação. A consciência é o reflexo de ver o nada. A vida será de mim ou do amor que sinto? O que importa é que a vida existe, de vistas ao mar, no incomum humano, no divino. Carícias se transformam na imaginação da vida. Não toco meu corpo, eu imagino meu corpo como um vale de lágrimas a dissolver o sentir no que imagino. Não imagino mais, apenas sou. Sou o que minhas lágrimas não conseguem expressar, nem pelo céu, nem por viver. Lágrimas não caem do céu, é preciso elaborar a dor para chorar como devaneio solitário de viver. O desaparecer existindo é a eternidade, que aparece sem nunca existir. A fantasia destrói o imaginar. Tudo da fantasia passa a ser o que eu deveria imaginar. Imaginar é não se aderir, não aceitar viver, nem pela força ou livremente. Imaginar é compreender a vida sem imaginar a vida. O sentido é o próprio imaginar, que cresce sem mim. O significado não se encontra, vai de encontro ao vento. Que nada suporte a companhia abstrata de ser alguém. Mas, quando me acostumo com minha companhia, já é ilusão. A imagem defende sua sombra da luz, para a sombra ser a única a existir no meu sofrer. Ser apenas sombra, preencher os espaços vazios da luz, da dor, da morte, como se recuperasse a sombra de sua própria ausência. Recuperar minhas ausências irrefletidas, que são luz, determinações vazias, que terminam em morte. A morte, sem disposição de morrer, de ser o que é, desaparece nas trevas de saber ser morte. Ela pode desparecer ao máximo infinitamente, mas continuará a existir como morte no seu desaparecer. Não importam as diferenças entre a vida e a morte, ambas se unem para construir a eternidade. |
Quando o amor encontra a vidaO fluir da morte no sentir. Quero morrer sem nada em mim, que fosse meu, um ser novo em mim, para ser o melhor de você. Alegria, se soubéssemos morrer, morreríamos felizes sem nós, não é por nós esse morrer, é pela vida. A vida disse para eu morrer, sem a escutar. Senti-la morrer em mim foi pior do que perder meu ser, do que morrer. Nada perdi ao morrer, não me lembro que morri, me lembro de te esquecer como o sol a me iluminar. É mais fácil esquecer o inesquecível do que o esquecimento. Lembre-se de que morri, quando esquecer for eterno, mesmo sem a eternidade, quando o amor encontra a vida, a eternidade é te ver como sendo nada que me falta. Para sempre, acaba no amor, acaba com o amor. Pelo amor, nada se realiza. Eu te sinto longe, mesmo perto, assim como o céu é das estrelas. Um abraço salva o mundo inteiro desse amor. |
Grandeza da almaAlma de anjo, coração de morte, onde não esclareço o teu ser, vida, desesclarecendo a mim, num sorriso triunfante, que não precisa compreender o teu amor, nem pela grandeza da tua alma. Vida, nenhum um sonho é possível sem ti, se puder, sonha comigo, sem a sombra da consciência sendo o teu sol. Quero que tudo tenha fim pra você existir, como vida ou como sonho, depende de você, mas não queria lembrar o céu, ele não tem sua beleza. Pena que eu não posso ser para a vida mais do que sou para alguém. Seremos duas vidas unidas, emprestadas por sonhos desconhecidos. Um dia, conhecerá meus sonhos, noutros sonhos, e poderei descansar sem dormir, pois o sonho desperta a ausência. Na ausência, não posso dormir, pois a ausência é o sonho sem o sonho, onde sonhar é ter a realidade toda em mim. A realidade é o sonho de sempre, mas o sonho no sonho é nós duas, vida, para sempre a sonhar com o amanhã, invisível de ser, existir. A vida não precisa do amanhã, precisa me ver vivendo. |