Alma que tem fim por amor, não por si mesma. A negação do meu ser é a minha alma, meu amor, minha vida. Tudo desaparece sem viver, isso é a vida. Minha alma é livre, é o mundo, é o aprisionar, é o libertar, apenas para estar em mim. Promessas de vida não são dívidas, deveres, são amor. Há tantas vidas que se perderam, num sorrir eterno, como se esse sorrir eterno pudesse ser a vida. E se a vida for apenas sorrir eterno, o que vou fazer? Tudo que faço agindo é por não existir. O que deixou de existir por sorrir era apenas vertigem do nada, que surgiu como sendo vida de depois. O que tornei minha alma se torna minha presença. A vida é o destino da morte. A alma, desaparecida como o encanto de uma ausência, que se revelou em mim. O coração trancado, numa vida aberta, mas se vê a liberdade, sendo livre de alma, de vida. Há tantas almas desencontradas na vida, por nunca se perderem, não quer dizer que existam sem as perdas humanas. Cada perda tem alma, amor. O amor não torna a perda uma perda, ela se torna uma perda em si mesma. A perda sonha comigo, é como se nunca tivesse me perdido antes. Perdeu mais do que a mim, perdeu a si mesma. São tantas almas, numa única vida. A vida não é esquecida como alma, e sim como vida. Perdas são almas que não sofrem. O sol aqueceu a minha morte. A morte tem perdas que a vida conclui serem os momentos que não foram perdidos com perdas, foram perdidos com a morte. A alma é infinita, no amor e no ódio. Sonhar é morrer, pelo despertar de um sonho. Sonhar é despedida. A despedida é o único mar em que não me afogou em viver.
Alma finita por amor |