Não dá tempo de ser feliz, mas dá tempo de te perdoar. Seria feliz sem nascer, seria livre como o vento depois da tempestade. Volta, que não vou mais viver. Meu silêncio e meu sofrer vão viver em ti, não como sendo eu, mas como sendo tu. Tu nunca me sentes. Mas o que poderias sentir por mim? Mesmo assim, quis apenas te amar. Busco o silêncio como uma resposta ao teu amor. Amor, palavra que não se descreve, nem consigo pensar nela quando amo. Amo sem a palavra “amor”. Privar-me da liberdade é deixar a busca do silêncio por algo a mais. O ser é amor que não se conclui. Tudo se conclui sem amor. Amor que não resolveu a vida, o amor é um vazio sem fim. Alegria, a vida tua me esfria, como se eu te esperasse na frieza de sofrer. Sofrer se dá como o amor nunca se dá. Amar não quer dizer não ser só. Só, sem esperança do amanhã. O amanhã nunca é outro dia. O amanhã adormeceu nos meus sonhos, como uma realidade real. A liberdade da morte é a minha morte. A essência é uma realidade que não devia existir, cessa a realidade de viver. As coisas se desapegam no nada, querem viver para mim, viver são coisas inúteis, penso que viver depende dessas coisas, chamadas saudade. É a saudade que não me deixa viver. A essência é a diferença interna entre ser e não ser. A inessência é a igualdade entre ser e não ser. Desmoronei num amor infinito. O amor da poesia morre com minha morte. Mas a poesia se renova na falta de mim, cria forças para não deixar morrer o amor humano. A poesia se esgota. Ela é o único amor do mundo? Há o que viver na poesia? Viver sem poesia é perceber o vazio de outra maneira: como sendo a resposta que esperava da vida pelo meu amor. Ao menos, eu não sou vazia, mesmo sem lembranças. A lembrança está em sentir o vento no meu respirar. A alma, eterna lembrança de viver, tornou-se esquecimento, onde vou reaver a lembrança, sem sentir saudade.
O buscar como silenciar |