Sensações são plenitudes. A sensação é uma vida escolhida por Deus para ser minha vida. Perder a vida não me faz perder a perda da vida. Quando nada aparece, é amor. Amor que aparece sem amor. É da falta de amor que surge o hoje, sem o desespero de amar, afogando-me no mar das minhas ilusões, onde não há desespero de amar. Torno o amor ilusão, como se eu pudesse socorrer o tempo de amar. Mas o que é a saudade nesse imenso amor? Não é mais nada. Sensações desaparecem na saudade. Ser é diferente de amar, diferente de viver. Nada é percebido só, minha percepção é o outro, na falta de o outro me perceber. Perceber é perda irreparável de mim. Sensações manipulam o nada. O desaparecer não desaparece para dar vida à vida. O corpo se arrebenta em alma; nem o ser, nem a poesia podem ajudá-lo. A morte seria pouco para o corpo. Enfim só, enfim eu.
A arte de viver |