A vida começa e termina sem um único sim. Mesmo assim, a negatividade não tem relação com a vida. A vida não é aceitar o sim e o não, é ter o sim e o não dentro de mim. Tudo que não é sol é alma. O começo do meu corpo torna meu corpo infinito pelo meu fim. Desconheço a vida no seu fim. Elaborar o fim como um começo do mundo. O mundo das almas é o mesmo mundo do ser. É tanto mundo para uma única vida. A vida foi escolhida, como se pudesse ser o mundo. Que mundo posso dar à vida? O mundo do meu amor. Dar-me sem amor é afligir-me. O mundo pode ser a vida. Retornar é nunca partir. Partir é ser até partindo. Levei meu partir comigo, sem ter partido. Apenas o silêncio e a ausência não partiram, por isso não existem mais. Que, um dia, o silêncio possa ser o meu partir. Devolvo as lembranças para as lembranças. O ser de cada um sabe quando morrer e quando ser. A continuação da morte é o ser. O fim é uma forma de amar para sempre, sem deslize, apenas o vazio do fim, entristecendo-me, tornando a vida feliz, como se me faltasse o nada. Falta-me viver. Nem a vida cessa a morte, como se existir necessitasse de um fim. Existir somos todos por amor à vida, somos apenas um, onde nada é esquecido por morrer.
A negatividade sem relação com a vida |