Visto a alma adequada a cada vida que vivo, já vivi muitas vidas, apenas uma morte. Vidas que se sentem como eu, até eu descobrir que todas essas vidas são apenas uma: perder-te. Perder, lembrança eterna de depois, que desfaz perdas com a vida. Desaparecer é permanecer na perda de mim. Nem o tempo pode desaparecer com minha alma, ela morreu sem desaparecer. A alma é tão verdadeira que ninguém sente sua falta. Se não pode amar a minha alma, verdade absoluta do meu sofrer, não me ame. Amor é sério, é real, mais real que a alma que não consegue amar. Mas sem amor não há ser, não há alma. Vivo somente o amor. Vou ficar bem, tornando a vida melhor, como se ela fosse o meu sorrir. Sorrir não é não ter lágrimas, é deixá-las florescer, como se fosse a última rosa do mundo, que não é só como a vida. Viva as rosas, que enfeitam a tristeza com a bondade do amor. Amor, que já existia na rosa, que será a vida do amanhã. Que bom que o amanhecer são apenas rosas, nada é mais natural, simples, mais extraordinário do que isso. Se as rosas falassem, eu teria apenas bons pensamentos, as ouviria, eternamente, mesmo sendo eu mortal para ouvir a rosa. Não me dei a mim, mas me dou toda numa rosa, como se lembrasse de mim.