Pensar não se encontra no ser. A alma é a liberdade do pensar. Não busco a alma pela sua liberdade, mas por seu amor, pela sua essência, pela falta que lhe faz amar. Para salvar a alma, não sentir, para me salvar, matar a alma. O ser faz do amor uma coisa boa. A vida é mais do que sorrir, ficar dentro de mim. A vida é de todos nós, mas ninguém percebe. A espera é eternidade que vaza no nada. Olhar de eternidade, não fica, ama. Olhar a eternidade me impede de olhar o céu. A eternidade é o que tenho dentro de mim. Sonhar é exterior a mim. Tudo que vive pulsa, revira, respira dentro de mim. O céu é o interior do mundo. A saudade é triste, se eu a vir como se fosse alguém. Ninguém pode ser essa saudade, ela é a minha saudade, em busca de mim. Escutar o mundo lá fora, para não escutar dentro de mim. Fora do mundo, a morte ecoa em mim. A morte foge para dentro dos meus sentidos. O tempo é a vida que tenho. O tempo da vida é o tempo da morte. O sorrir encanta a vida. A vida é o silêncio de depois. A vida é feita de depois. O amor é sempre a perda de alguém. Como sobreviver ao amor? A verdade é o ser mesmo, saindo de si, tornando a verdade aterradora, por não ficar com ela. A verdade ensina, mesmo sem ser verdade. A verdade consola-me das mentiras, das ilusões de viver. O ser não tem a realidade da alma. O fim último é a alma, não é a morte, conservo o fim último, para quando eu necessitar dele. Não necessito ainda deste fim. Existe alma sem o fim? O que resta do fim sou eu. Eu, para um fim. O silêncio da alma são as minhas palavras, que calam o silêncio do silêncio. O absoluto se divide em ser. Olhos estranhos de sonhos e fugas, me empreste teus olhos para eu viver. Viver para olhar. Desconto a dor na alma. O silêncio é como se não houvesse saudade no ser. O vazio é o silêncio que penetra na morte. Caminho no vazio, como se fosse um jardim de amor. Não dá para parar de amar, sem o amor, deixo de ser eu. O esforço para existir é inútil. Existir, viver, não faz parte da natureza de nenhum ser. Os mortos não estão mortos, são a consciência de ser, viver. Não sei mais o que pensar por mim. Não existo ao pensar. Mesmo que esse pensar seja a existência, é inútil pensar. Não sei o que fazer com o que sei. O que penso nunca será eu.