A subjetividade desaparece na alma, faz nascer o amor. Não é o seu amor. Sinta minha alma, nem tudo está perdido. Alma, semente da morte, para a vida nascer sem a morte. A morte é um caminho, o único caminho a seguir. Não adianta ficar parada enclausurada em mim. Vivo através do olhar da morte. Penetrar no vazio pelas entranhas da morte, a ressecar o sol de lembranças úteis. O sol se esconde no pensamento como se fosse triste esquecer. É feliz não ser a sombra da ausência, esperança de sol, vida, no enclausuramento da intensidade. Profundidade se perde nas sombras da ausência: alheamento do nada. A sensação que penso ter é o vazio, nada tira o vazio de sua liberdade, que modifica a vida, a faz ter essência. Essência aniquila a dor, a dor, o passado: fantasma que faz sombra ao sol, quando ele é tão forte, queima o amor, o ressuscita. Amor, não cesse a solidão de viver. Deixe o céu sem agonia, a me contemplar amando: este é o amor que sinto. Pedras de amor dissolvem a água da existência como uma poesia fluida de desespero por viver. O que em mim vive? A solidão vive por mim, sem o meu suspirar eterno. Não é mais a vida de sonhos que vivi, é o que resta do mar sem poesia, em poesia. O fim do sonho é o ser, por isso, não sou um ser. Sou o universo da poesia, sem me importar de sofrer pela poesia, não por mim. Deixa eu encostar minha alma na tua para saber que te perdi.
Deixa eu encostar minha alma na tua |