Transformar o fim em eternidade é amar a vida eternamente. Nada sonho e tudo sou. Apenas sinto, não vivo. Meus sonhos não se dispersam em morrer: o fim do sonho é a vida.
Evanescente (curta duração) |
Evanescente (curta duração)Transformar o fim em eternidade é amar a vida eternamente. Nada sonho e tudo sou. Apenas sinto, não vivo. Meus sonhos não se dispersam em morrer: o fim do sonho é a vida. |
Resiliência (superar)Como ter resiliência com a morte? Proximidade com a morte é não superar a vida. Ser não é conhecimento, ser é apenas ser, como se o passado não fosse uma sombra da sombra da minha ausência. Minha fala é sombra da minha morte. O ser não é ausência de si mesmo: é ausência de mim. Ausência é o mar no amor. Amo a ausência, mas não amo ausente de mim. Não há transcendência sem o nada. O nada tem alma. A vida está longe de ser vida. Mas é essencial. Permanência é olhar para o vazio e ver o amor. |
A decepção dura mais que a eternidadeA decepção dura mais que a eternidade, que a voz silenciosa do nada: tudo me diz. A morte é divertimento da alma. A alma desperta a morte para si mesma. A morte não deixa faltas, por isso, é triste. A tristeza é morrer. Despertar é morrer. Morri como luz eterna. A eternidade da luz é a morte. |
O fim é um abraço que dura eternamenteA certeza do corpo é o nada. A incerteza do corpo é o corpo. Sou uma abstração do meu corpo, da solidão em que vivo. A solidão é permanência de mim. A permanência de mim é vida. Mas há vida sem permanência. A alma não é permanência de vida ou morte: é um ficar sem permanência. Permanência é o esquecimento da vida. O esquecer, permanência da alma em mim. Tudo existe no esquecer, mas não posso ser feliz, então esqueço, com tudo que há de lembrança. A ausência me abraça eternamente feliz, como se meu corpo fosse meu corpo. Ela me abraça com meu corpo. O corpo só abraça melhor do que dois corpos, do que a alma. A alma é clandestina, alheia a mim. Vou fazer da alma a falta de saudade de viver, vivendo na alma. |
Náuseas de solidãoA inconsciência é mais que consciência, é admiração, amor pela vida. A consciência resiste à morte, mas não resiste ao depois! |
Quando o mundo era mais mundo do que solidãoA razão descobre o ser na solidão. A solidão não se isola: por isso tenho corpo, alma. Represento a solidão da vida, sem representações. Quando o mundo era mais mundo, que a solidão admitia ser só, feliz. Outro ser é o meu fim. O fim é uma maneira de aceitar a realidade. A vida quer mais que o tempo para viver. A vida quer viver por mim. O céu não deixa a vida viver por mim. Como falar da vida, se ela é silêncio? Como ser nada para o silêncio? Por que sou para o silêncio da ausência e não sou amor em ti? O que ainda existe em ti, vida, para amar? O que posso fazer da vida em ti, tristeza? Compartilho meu fim com o que vivi um dia. |
Junção (reunir)A morte é para si mesma, não é para o outro, assim, torna-se necessidade para o meu ser. Reunir a morte, nessa separação de ser, é amor. Vou morrer por reunir a morte, a minha esperança. |
Sou menor do que minha ausênciaSe eu não reagir às ausências de vida, vou morrer. A ausência é o pedaço de mim que não partiu de mim. Não cabendo na morte, sofro. Apenas a morte não me isola de mim. Apertada, dentro da morte, aprendi a viver. Mesmo sem a realidade, existo. O real é a morte, é o sofrer, o resto é sonho. Fui ficando dentro do sonho, sem vida, morte, mas não estou protegida do nada. |
Sinto na peleSinto na pele o rasgar sem entranhas, se ao menos rasgasse minhas entranhas da alma, seria feliz. Sou feliz por sentir na pele tudo que sou. O céu é a pele de Deus. Não há lugar para a aparência, nem na pele nem no amor. Ela pode viver. |
Caos (desarmonia)A desarmonia do sentir, não é o caos: é a harmonia do amor! É inacreditável, desarmonia no amor. Respiro amor. Amar é bom até ao morrer. O meu silêncio não morre comigo, minhas palavras morrem, em harmonia comigo mesma. Nada sofre em palavras. Tudo se sofre no exterior sem palavras. Conectar a realidade nas palavras. Sombras acesas cessam palavras. Palavras expõem a vida ao destino. Tudo tem um destino, até mesmo um ser objeto. Amor não é um destino, é consequência do destino. A busca é um destino. A alma é um destino. A falta de alma, de busca, é o destino dentro do destino. |