A ausência nunca será presença. O tempo é ausência, presença como areia ao vento. A ausência é saltar no infinito para te ver, vida. A vida não quer ser vista, se adaptou a mim: ao meu não ver interior. Apressada, a vida foi ficando. Foi assim que a vida não permanece. Permaneceu sem a pressa vazia de ser. Ser não é viver, não é ser. Não é existir. Ser é ser feita de ar, sem ser feita, carregada de corpo. Nem a alma, carrega o corpo em si. Tanto silêncio, nenhum ser, por isso, não sei o que é ilusão e o que é real. Sei o que é o silêncio sem vida, sem ar. Basta o silêncio, tudo me falta no silêncio. O silêncio ampara a falta, me torna um deserto de palavras. Queria ser o silêncio em um conhecimento eterno. O que é normal no conhecimento? Nada! O desconhecer é natural. O olhar, a margem da escuridão, deixa a morte vagar perdida, dentro de mim. A margem da margem é a vida. O sol fica à margem do céu. Vivo do vento.
Pressa em viver |