Soterrada de sonhos, enterrada exterior a mim. De amor. Mar de luz a cavar meu destino. Deixei a morte ser vida e tornei-me morte. Enterrei-me em mim sem morte. O azul do céu se fez sem ser descoberto pelo céu. O céu se descobre em nuvens. O céu de estrelas chora estrelas numa ventania de céu, desejo incontido de merecer o céu, como lembrança da morte, que acaba na existência do fundo de mim. A morte sem lembrança me torna rasa. Tudo se foi sem a morte. Ninguém vê e sente a vida como eu. Eu a vejo em estrelas, que se demoram em mim. Em mim, estrelas navegam no céu no mar celeste da despedida do céu. A tua presença alegria é o meu céu. Alegria, voaste alto, em céus desconhecidos. O que vai ficar sem sofrer não é o vazio, e sim, o vazio da vida que é apenas um sussurro perdido no amor. Amor que separa o real e o irreal do que sou. Faz falar o vento como despedida do sol, que estava perdido em mim. Não quero acordar na luz do amanhecer, e sim na escuridão da poesia: deixa o amanhecer vazio ser amado como o anoitecer que vibra, entontece, reage. O depois é o silêncio, onde se misturam a noite e o dia. Confio no céu, nas estrelas, não confio na alegria, que se agarrou na minha alma, me deixou com medo. Eu não sabia que alegria é eternidade. A eternidade foi algo um dia. Esse dia foi o dia que escrevi no sempre da alma. E tudo fez sentido, mesmo que essa alegria acabe, antes de eu senti-la, me descobri viva para tudo sentir. Sentir é a tranquilidade de morrer. Morrer é amor: amor pela vida. Escutar é apenas eu, falar é apenas eu no outro. O sossego do amor é um desamor? O que é desamor perto da morte? É a necessidade vazia de viver. A vida me deu o nada de presente, me sinto tendo tudo. O sonho é uma fantasia. Fantasia do céu. Não posso viver sem o céu. Alma da morte: aparência sem céu, a enganar a transparência de viver, lhe dando uma segurança inexistente como o sol e a lua. Quero apenas paz.