Morri há muito tempo, não esqueço que morri. Trêmula de morte, meu corpo se sustenta na morte, como um espelho de asas. Fecha as tuas asas em mim, morte, para eu não me ver morta. O amor é uma eternidade que ama, faz todos amarem. As almas sentem o amor como uma despedida. Não sei pensar na alma. A ausência do meu olhar me faz ver a vida. Dentro de mim, meu olhar me possui como se fôssemos a mesma ausência, separadas pela ausência da morte: este é o meu silêncio, minha sombra de existência. Nada resolvo na alma, resolvo em mim. Meus sonhos fazem Deus viver minha morte, se torna a existência de Deus na minha vida. Vou morrer com a vida trêmula de morte, e eu transcendo como um nada de vida. O nada não transcende, enterrou a morte na transcendência de Deus.
Trêmula de morte |