Sumi para socorrer a alma do amor que lhe tenho. É melhor ficar na morte do que na alma: a morte tem luz própria. Começar na luz e terminar na escuridão. A luz é o meu sofrer. A luz não compreende minhas poesias, mesmo assim, sinto luz nas poesias. A insanidade de morrer é a alma, saindo de dentro de si. Saindo de dentro de mim, a alma voa como o vento. O vento em alma é o sol acostumado a natureza do ser, teve que ser sua própria natureza. Para o ser ser o nada, falta muito. Sou incapaz no ser, capaz na alma. Chorar o nada é ter alma. Posso negar ser eu que vivo, amo a vida. Mas até minha negação, vive, ama. Sofrer não é doença. Me recuso a sofrer com negação. Faço do meu sofrer algo positivo. Ajudo os outros a não sofrer sofrendo. Guardo a morte no sagrado de mim. Sou mais inalcançável do que a morte. Mas quando amo, transcendo de amor. O dia é coincidência. Não quero defender da vida, de viver. O olhar da alma se mistura no meu olhar. O ser do ser separa meu olhar da alma. Não há uma próxima vida. O olhar é a vida que eu quis. Olhar o admirar é me distanciar da alma. O olhar é inseparável de si mesmo. Ficar sabendo do olhar é não saber de mim. Meu desparecer, é a minha alma. Não é fácil desaparecer, ter alma. Aparecer a alma é acrescentar vida às estrelas é ser mais feliz que sonhar.
Sumiço para socorrer |