A angústia toma-me por uma falta sua. Antes de eu morrer já conhecia a morte de mim mesma. A percepção destrói a morte, sendo sua morte sua própria inimiga. A morte envolve-me. Preocupo-me em não morrer. Preocupo-me em morrer. Tudo me preocupa. Nos momentos mais difíceis, a morte ajudou-me sem abrir a minha alma. Mostrar a vida ou não mostrar a vida. Olho pelo olhar do nada, onde estão todas as vidas. Escrever não é coragem. É refúgio, é uma saudade meio torta, defeituosa, por isso, real. Precisa faltar algo em mim para eu ser inteiro, como uma flor a despedaçar-se no belo para ser linda, como a volta da flor. O inesquecível é que a flor é uma flor apenas para mim. Existo. Vivo como uma flor, flor de pedra, que se endurece ao amar. Amar a flor é amar-me. É urgente amar. O talento do amor é o tempo da flor desabrochar ao meu olhar. Meu olhar são flores vivas. Devo a ti a flor do meu coração, da minha alma, do meu amor, em um instante perdido, em viver sem flor. Flor é a lembrança eterna de depois. O depois da flor é um jardim de um esquecimento atual: o futuro. A rosa é como um sonho de ver-te, alegria, nas minhas faltas, que são presenças de amor. Minhas mãos sufocam-me. Não consigo segurá-las em flor, em alegrias. O corpo penetra nas rosas, onde o único suspiro são rosas. Afrouxam-se vidas em um sentir de rosas, na eternidade que me cerca: é mais céu do que o céu. Nada me torna eu perto da flor, na qual a eternidade amanhece, eu sendo seu sol, seu amor eterno. Nada de ilusões. Sou o que foi destruído na beleza da rosa. Rosa, não necessitava ser tão bela, bastava que suspirasse por mim. Eu tinha que ser bela para sentir a beleza da flor. Ser para a flor do meu ser, o meu ser, é ser para sempre eu para os eus vários do mundo.