Não quero o pertencimento da alma. Quero dormir criança, sorrir despreocupada. A falta de morrer me faz pertencer à alma. A falta de morrer é um suspirar profundo: sufoca a alma. A dor do amor é uma dor boa. É como voltar à realidade do meu ser sem mim. A realidade é o que vivo em mim, por mim. A morte é apenas a saudade encontrando sua razão de ser. Escrever é uma falta que refaz a vida. Ver as minhas faltas na falta da vida e, assim, não me ver jamais. Ver não é ilusão, é um encontro de almas. Nada pode ser o passado, nem mesmo a ausência. O passado não existe, mesmo assim tudo se soma ao passado. Vivo o passado da inexistência, que é o amor. O olhar é o indefinido da alma no amor, na indiferença profunda de viver, que é o amor. O nada é amor eterno. O amor é insuficiente à alma. A alma necessita de perfeição. A perfeição da alma é imperfeita para mim. O ar empalidece a sorrir estrelas.