A morte é a memória visual de tudo que vejo. Sem a morte, a memória é apenas visual! Sem a morte, o que vejo se torna o que vivo! Minha força é o amor. Esquecer piora a dor! É mais fácil conviver com uma dor viva do que com uma dor morta! Não há distância nessa falta de ser! Apenas a ausência não é falta de ser! Dor, devolva sua ausência ao mundo, faça a vida feliz! A alma do tempo partiu da vida do ser! Nunca o meu ser se sentiu abandonado pela alma do tempo, foi ela que me fez viver longe do tempo, das lembranças que, traindo o tempo, conseguem se manter vivas sem mim. É mais fácil pensar nas minhas ausências do que no meu pensamento! A ausência se perde no meu amor! O que eu vejo não são lembranças, é a realidade de uma vida, perdida nas lembranças! Lembrar é uma maneira de não amar a vida! Tudo que sinto não é o meu olhar, sou eu! Nada fará eu viver eternamente o que cessou em mim, nem mesmo a ausência fará eu voltar a mim! Tudo se esclareceu na escuridão, no vazio, pedaço de mim que não foi arrancado de mim! Mas, também, esse pedaço de mim não sou eu, não é ausência, é o renascer de uma alegria, que é mais do que viver! É a solidão de uma alegria que encontrou seu destino!
Memória visual |