O tempo da alma clareia o sol, na minha luz. Eu sou o tempo da alma, quando a escuridão se afoga na luz da alma, para que escureça o pior da vida, para que o pior da vida seja sem luz. A escuridão mata sem morrer. A luz morre simbolicamente, sem lembrar a vida. A luz nada ilumina. A luz é o vazio, apenas a escuridão me fará me encontrar a mim, na presença da luz. Esqueço a escuridão, já morri como a falta de luz, que não é escuridão. O tempo não é luz, nem é escuridão. O tempo da alma esconde a luz, a escuridão, no ser. Por isso, não diferencio a luz da escuridão, o sentir de amar. O tempo da alma morreu, para não ser luz ou escuridão, mas sinto o tempo da alma no meu agir, no meu amor. O tempo da alma é a vida, que se dá sem nada ter a oferecer. Talvez, eu necessitasse ser luz ou a escuridão da vida, que agora é apenas morte. Mas, continuei a ser, sem luz ou escuridão, achando que algo melhor me esperava, longe da luz e da escuridão, mas consegui morrer estando viva, consciente de que a luz e a escuridão não vão acabar. A luz e a escuridão são tudo que tenho dentro de mim, para disfarçar a solidão. Nunca saberei o que é luz ou escuridão, pois as sinto profundamente, intensamente, que não me importaria de morrer por elas, para não desaparecer para elas no meu adeus.