Como não ser o outro, se sou mais o outro do que eu? Nada vai mudar isso. Sinto a alma do outro como minha, a alma não é de ninguém. A alma é vista como ser, mas o ser não é visto como alma. O ser, individualidade da alma, no universal do nada. A morte tem uma alma rara, intocável. Ao tocar a alma, minha inexistência é tocada pela ausência de alma. Perco minhas mãos ao tocar mãos que fazem viver, depois esquecem, como se houvesse mãos. Antes de perdê-las, tocar o outro em mim mesma, como uma maneira de amar. Reconheci a alma pela falta de caminhos. Tentei ir longe, fui apenas até a alma.
Como não ser o outro? |