Vive da minha própria morte. Não me deixa morrer minha própria morte. Por que a morte é tão sincera? Assim, não consigo morrer. Sou muito mais íntima da morte sem morrer. Há saudades que se enterram só, há saudades que precisam viver. É preciso saber o que me falta, quando há falta. Alegria, a vida não te esqueceu, apenas se distraiu um pouco. A falta da vida é a vida. Deixa meu olhar falar algo do que sou, amo, para eu ser esse olhar eternamente em mim. Quando busco a mim, só, consigo apenas morrer. Viver a vida infinitamente, até ela ter consciência de que existo. Sou o último adeus do céu. Deus não quer o céu, quer que eu exista. Existir faz parte do céu. O fim do céu é eu sempre seguir, sem olhar para mim, como sem adeus. Dedico-me ao adeus, ele não vai se partir como eu.
O amor cessa os enganos |