A solidão em mim não é solidão em ti, morte, que me faz ter confiança no nada de mim. O nada de mim é a morte. Confio na minha morte, na morte das poesias, que a vida terá mais alegrias e menos sonhos. Vida, alegria da morte. Uma aflição de morte é morrer! Sou da morte, um engano. Na saudade há esperança em morrer, sou a morte em carne viva. Meu ser alimenta a morte. A morte partiu sem nada me falar. Antes de partir, estive em algum lugar sem o partir da morte. Assim, não há mais saudade, há sonhos de morte. Os sonhos nascem na morte. Tudo desaparece sem morrer nos sonhos. Os sonhos aparecem no nada, no vazio, no isolamento de Deus. Nascer não é morrer. Como acabar com a honestidade da morte? Espero amor na morte. O sofrer é essencial. Meu suspirar não sofre, me faz inteira, como o último sol a se perder no horizonte, onde consigo ver em pedras. Meu olhar não são nuvens, são pedras. Pedras que cessam o mar da morte. A ausência não se ausenta. O céu se ausenta pela ausência. A ausência é a liberdade em Deus. Na minha ausência, sinto o amor de Deus no meu amor. Indiferença é amor? O amor solta do abismo para o céu. Vejo, então, que o amor se preocupa com as pessoas que amo. Mas o que sentir por ti? Não sei o que sentir por ti. Mas sei que te quero perto. Perto como as pedras, a marca do meu amor? Como o amor beija seus sentimentos, morte, e fecha seus olhos na sua morte? Morte, você não pode morrer, tem influência sobre o meu amor, apenas você sabe me fazer feliz. Liberte-me da vida com a vida. Não me culpe, se amo a vida. Fiz alma das minhas feridas. Não desanime, morte, descanse, Deus te perdoa por não ter alma, amor, mesmo assim, te amamos, e achamos maravilhosa sua presença. Eu, Deus, e a morte, para eu não ser só. Solidão são anjos sem asas, sem céu. Humanamente, a caminhar pela solidão das minhas poesias e fazer disso um caminho, uma vitória do amor, que tem zelo pelas pessoas, anula os anjos. Sinto-me melhor, sem os anjos, perto das pessoas que podem me amar. O espaço é construído na morte, na certeza de um amor meu, que me faz edificar o céu, com mais amor.