As conquistas são substituídas pela vida, e a vida aos poucos vai deixando de ser, torna-se um ser. A alma se refaz na morte. Isso não é uma conquista, mas é uma derrota minha. Não há dificuldade em sentir a alma. Mas a alma, na morte, não sinto. Sinto a falta da alma na morte: isso não é sentir. A morte é consequência da minha aparição. O sol é aparência da vida. A morte, absolvição que condena a alma a ser alma, no sempre que não carrega consigo. O que pode ter a alma de meu? É a mesma insistência em viver para nada. Dê-me um motivo para viver: a vida não é o óbvio de mim mesma, minha previsibilidade me faz viver. Viver, assim como minha alma vai ao encontro dos pássaros. Para aprender a viver. Viver no inimaginável de mim: realidade que não abandonei, deixei quieta para os pássaros voarem ainda mais alto: na essência de te perder.
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