Blog da Liz de Sá Cavalcante

O som silencioso de uma lágrima

Tudo que se torna palavra não precisa ser poesia. Tudo que me tornei nas palavras foi sem poesia. A palavra não é apenas poesia, é o penetrar do abismo em mim. Minhas palavras somente aparecem na ausência de vida. Nada nas palavras é a minha palavra. Por isso, não escrevo para mim, e sim para as palavras. As palavras não são nunca leves. O nada é a única lembrança que tenho em mim, por isso espero que dure, pois sou feliz na lembrança do nada. A alma não pode incorporar o nada, ela é o nada, que me torna um nada. Não há palavras para o nada, que o façam existir, por isso o nada é amor.