Blog da Liz de Sá Cavalcante

Reconciliação com o nada

Não devia me desentender com o nada, existo como nada do nada, mas, para o nada, eu ainda sou eu. Não posso disputar o nada com o nada. Reconciliar é deixar meu corpo num nada submerso. Não se pode ver o nada, nem esconder o nada, apenas para estar com ele. O nada quer o meu nada, mas despreza o nada de si. O que o nada do nada tem de melhor do que o meu nada? Alegre ou triste, não posso afundar no nada, não tenho corpo, para ser o nada. Amar é mais do que me deixar morrer, é me deixar a esmo, em vão.