Blog da Liz de Sá Cavalcante

O nada do nada

O nada dá vida ao sol, razão de sua existência, do calor humano, do amor, que não se conta no nada, mas se fala no nada. O nada é o lado bom da vida, onde a falta do amanhecer é o sol. Estou com o rosto do nada, e o nada não pode ter o meu rosto, não enquanto o sol me iluminar. O ser se relaciona com o nada, que pensa se relacionar noutro alguém. O nada é esse alguém que preciso ter. Nada flui, apenas o nada por sentir flui. O nada é a diferença do próprio nada. Se não acredito no nada, não há o que acreditar. Acreditar é apenas sorrir sem o sol, sorrir como o nada. Acreditar no nada me faz sofrer como o nada. É um sofrer verdadeiro, absoluto como o céu, que é o nada do que vejo, mas não é o nada do meu amor. Ver o nada e amá-lo é tão perfeito. Sou feliz no nada, não pelo nada.