Blog da Liz de Sá Cavalcante

O ser e o ser de si mesmo

O ser não é o ser de si mesmo. O ser é a aflição de nada existir, nem eu mesma. Basta uma palavra para isolar o que não existe. Ser e alma não existem. Nada existe, mas não se esquece, por isso não machuca. Esquecer é o amor no nada. Sonhos são o esquecer nas entranhas. Nada é, por isso a alegria irreal, como coisa, e a alegria real, como morte, na perda do nada. O tempo é a tristeza do vazio, amparada pelo ser inconsciente de si. Sem existir, apenas sua inconsciência existe. A existência é o fim do conhecido, do que existe dentro de mim: o nada. O nada nunca se distancia de si mesmo. Trancar o nada dentre de mim é libertar o Universo da inexistência. O nada não quer sair de mim. A inexistência sente a existência sem a existência. Dormir é a inexistência a falar comigo diante do céu do céu dos meus sonhos. Tudo é apatia, desolação. O ser se sobressai no nada sendo inexistente. A inexistência permeia na poesia, sente-se importante acordando para a sua inexistência. A revolta é a inexistência no real da inexistência. A inexistência é o ser de si mesmo. A inexistência é o fim da inexistência.