Reinvento-me em vidas sem palavras. Condeno-me, liberto-me de mim. Ousar, criar, princípio do fim. Nada de pousar em mim. Eu me refiz no nada do amor. O amor me entrega a minha alma com suas mãos raras. Nunca deixei de viver. Tentei ser. Não consegui, mas não vou desistir. Desistir é morrer. Morrer não faz parte de mim, é sem a absoluta falta de mim. Eu te espero, vida. Não se desespere com minha alegria. Escrever faz de mim todas as almas, todas as pessoas, todos os amores, todas as vidas. Não sei como nasceu tanto amor de mim, ilusão que tem sentido. A vida é a realidade de Deus na minha. A visão do mundo é Deus, atacando-me por não amar. Ir ao fundo do abismo para saber de mim. Inocentar o abismo por me ver na minha morte. O que sou eu sem o abismo? Não posso querer amar sem o abismo de mim. O abismo é o meu corpo. Não há corpo mais perfeito que o abismo. Eu vou viver no abismo, onde ficou o que eu era.
