Blog da Liz de Sá Cavalcante

Frio de eternidade

O pensamento é o frio da eternidade na minha pele. O que dizer ao meu pensamento e a mim? O que sou para o pensamento? Um espelho sem imagem a refletir o nada? Como afastar eu de mim? A vida é sofrer? Posso fugir da vida pelo pensamento? Como reagir ao que sinto? O que é sentir, senão uma perda infinita? O amor é alegria. Pelo amor recupero a mim, em mim. O sonho é irrecuperável. Vivo em sonhos reais, que percebem minha alma quando ela não é mais minha, nem de ninguém. O desaparecer é um ser que existe para todos. O silêncio é eternidade das almas, das neuroses, dos vultos passageiros e eternos. Silêncios fogem do ser. Deixei tudo no silêncio. Ele não levou o meu ser com ele, mas me deixou um corpo sem silêncio, sem dor. Apenas o nada silencia o corpo. Mágoa é amor do corpo pelo ser, sem o nada. É superficial o corpo no ser. Filha do meu corpo, poesia eterna sem nada escrito. A compreensão do corpo é sua única consciência. Para gostar do nada, não precisa ser nada. O nada separou Deus do mundo.