Blog da Liz de Sá Cavalcante

Deslizando na alma

Deslizando na alma para não morrer. Ouvir é não ter existência, falar é morrer onde apenas Deus escuta. Nada tem a realidade de Deus. A realidade é o corpo da alma. É no corpo que Deus se manifesta como um ser inferior a Deus. Mas superior e inferior é algo relativo. Ninguém vê Deus, mas vê seus milagres. Olhar para Deus é mais que um milagre. Eu não deixo Deus sem mim. Em mim, Deus resplandece na minha dor até se encontrar. Deslizo no meu corpo, penso ser Deus. Deus é infinito apenas em corpo, nunca em alma. O que dou a mim sem ser eu? Nada. Nunca Deus foi meu passado, nem é o agora, nem é o futuro. É um momento de reflexão de saber ter Deus. Nem Deus é tudo, senão o mundo seria melhor. Escravizei-me sem Deus. A ausência realiza a alma. Como saber o que é alma e o que é ser? Simples, sem nada sentir. Deixa Deus conciliar o inconciliável. Às vezes acordo alma, durmo ser. Não preciso despertar em Deus, pois Ele está dentro de mim. Meu rosto é a máscara da morte. O rosto dos outros não existe. É ficção da morte, da solidão. Entrar na solidão é leve, aconchegante. A morte torna-se boa pela solidão. A solidão é alimento da morte, não serve em outro alguém. Deus é como quero. Sentiram a morte experimentando meu corpo na vida.