Pensar é, o tempo todo, o tempo encontrado. O ser fora da compreensão pensa compulsivamente, até unir o meu ser a mim. Reprimir a alma no pensar é extrair da alma o que ela não é. O amor é capaz de ter alma sem o ser. Ser não pode ser amor, pois é alma. Partir e ficar são a mesma alma. Há luta para escolher. Partir é lembrar; ficar é esquecer de mim na minha ausência. Sinto-me estar na ausência, sentindo-me eu – eu para o mundo da ausência. A ausência para viver precisa lembrar de mim. Eu lembro da ausência na minha alma, mas ela é apenas minha morte que tornei ausente na alma. Assim consegui escrever amor, entre tantas palavras, e o amor se fez alma. Pela alma sobrevivo à vida, a mim. O pensar isola o real, inclui o imaginário. O imaginário do corpo é a única coisa real em mim. Tudo é mudança do nada. A morte é um inconsciente para si mesmo. Em mim, o inconsciente é a vida que perdi.
