A alma está apenas no meu pensamento, mas não é um pensamento, é o que deveria existir dentro de mim. Eu continuo a mesma, mesmo com alma. A alma é a minha chance de ser eu para a vida. Em alguns momentos me sinto com alma e em outros momentos sinto que nunca a tive. Sonhos se amam em mim. Queria amá-los, mas não tenho forças. Minha única força é morrer como se eu sonhasse. Não sonhar é despertar para mim. Desperto com meu respirar a cantar. Cantar é melhor do que ter alma; cantar emudece a dor, é como nunca acordar da morte. Não há desprezo na ausência. A ausência traz o céu para perto de mim. Eu torno o céu eterno com o meu amor. O céu, fragmentos de Deus, onde a desilusão se torna amor. Amor é desilusão da alma. Minhas mãos são o nada da minha alma a pertencer à poesia sem destino. Tudo é para sempre. Esta monotonia que tanto quis se torna o fim no sempre de mim. Escrever é aceitar o fim, nunca a alma. O nada é um ser que não se encontra em nenhum ser. Tudo depende do nada, não do ser. Para ser eu, tenho que ser um sonho. Falta ser nas palavras. A fala não fala em palavras, fala em ser.
