Blog da Liz de Sá Cavalcante

Linguagem platônica

Nada de ser, o princípio do ser é a morte. O tempo se foi sem morte; o ser se foi em morte, sem estar na morte. A alegria transforma a morte em arte. O tempo da morte é a minha ausência feliz. O ser como coisa ama a vida mais plenamente, com a inocência do amor. Ama tão plenamente a vida, torna-se o amor de todos. Até admiram eu existir como coisa. A linguagem platônica são as mãos de Deus me tocando. É como respirar. Não sentir as mãos de Deus me tocarem é pior do que morrer. Estou nas mãos de Deus, com Deus que não é uma lembrança, é Deus vivo em mim, por isso posso morrer sempre viva para Deus e Ele em mim, como um despertencer de amor. O amor me conhece pela minha morte, mas quando a morte se torna vida posso ser qualquer coisa, sendo viva para Deus. A existência não existe para outra existência. Não é solidão, é só sobrevivência.