Blog da Liz de Sá Cavalcante

A perfeição do não sentir

Sem razão, com razão, é o nada que torna a razão. Se eu amar a razão, o não sentir é perfeito até no amor. O tempo sem razão é perfeito, por isso não aceito o tempo. É perfeito demais para mim. Inexistente ou existente, sua perfeição são minhas mãos, flor do espírito. Não tenho mãos quando me toco. Tocar é cessar as mãos onde nasce o corpo. Mãos são o silêncio dentro do silêncio, sem o interior do silêncio. O silêncio é o céu, as estrelas. A vida é sem silêncio. O que será feito da minha alma quando eu morrer? Apenas a realidade sonha em silêncio. O silêncio é a lembrança eterna de viver. Sem silêncio há apenas o nada, pois nem esquecimento o nada é.