A vida não tem profundidade, mas não tem a superficialidade de ser, mas tem a superficialidade da vida, sem a vivência do concreto, que é a única profundidade. O amor tem a alma distante do ser, no céu! Não quero que o amor seja minha morte. A morte me impede de morrer, sem suspirar por mim. Se ela me suspirasse, seria eterna num suspiro. O tempo está se distanciando de Deus. A vida tem a força de Deus, me torna frágil. A vida não tem a eternidade do real. O eterno não consegue ser eterno sem a vida. Mas, o eterno fui eu um dia. Mesmo sem a poesia, descobri a eternidade em mim, como sombra da minha ausência. Esqueço o corpo do esquecimento num ser infinito. Mas, o infinito também é lembrança do esquecer. A vida se fechando em plenitude sem alma, apenas o ser pode dar sua alma à plenitude. Quero sair de mim, ser pela alma: sozinha, a alma não me deixou sair de mim nela. O silêncio sabe ter alma. O silêncio fez da alma poesia. Não quero que a alma me veja morrer, como as pessoas verão. Quero que o silêncio feche os olhos da alma, para me verem morrer neste sempre, que não acaba, é minha morte, minha vida, onde consigo dizer eu para mim.